terça-feira, 23 de maio de 2017

CASA DOS PAPÉIS-27: ROUBAM A BELEZA DO JARDIM !



ROUBAM A BELEZA DO JARDIM !

"Embora esteja escrito: é proibido colher flores, é inútil para o vento, que não sabe ler".
Mas, não é o vento que está colhendo flores no nosso jardim. Alguém está roubando a sua beleza.
Nunca se soube da existência de um ser humano, em perfeitas condições mentais, que não amasse as belezas que nos legou a natureza, que não tenha aspirado o suave perfume emanado das flores ou o sonoro rumor da água brotada da fonte nunca o tivesse ouvido.
No entanto, hoje se sabe da existência de seres humanos que têm desrespeitado as lindas flores.
Elas, as responsáveis pelos multicolores buquês, estão sendo violadas. O carinho dispendido no seu cultivo, no seu desabrochar, é cruelmente esquecido pelas mãos que as arrancam de suas árvores. Se o fizessem para utilizá-las, não deploraríamos.
Puramente a fazem para vê-las murchas, estiradas ao chão, inertes. Nem o vento, que não sabe ler, as quer mais.
Os vândalos destruíram-nas como se fossem meros atavios. Desprezaram-nas, esquecendo que um dia elas estarão ao seu lado...
A Educação paterna, a intelectual, desses elementos, não aparenta ser muito extensa. Apenas por ser malvado ou afim do vento podem tais pessoas cometer semelhante crime.
Basta imaginar um jardim embevecendo o olhar, exalando inebriantes olores, purificando o ar que respiramos, para verem vocês, que impiedosamente destroem as flores, o quão celerados são.
É suficiente refletir para não tocar, sequer, na flor. Se se fôr como o vento... as autoridades coibirão os abusos que, a propósito, já fazem por determinar uma severa admoestação dos pais, pois ainda há tempo de se evitar complicações.
Mas, àqueles que têm arruinado as instalações sanitárias, sujando os bancos, lhes resta mais que uma admoestação: pagar os danos causados e ser privado da companhia dos seres inteligentes.
WS
 
JORNAL DE DOURADO-Nº291-ANO VI-DOURADO, DOMINGO, 16 DE ABRIL DE 1967
 
 
José Natalino Fazan e sobrinhos na grande atração que era a
Fonte Luminosa da Praça São João.
Foto da Família José Gonçalo Pasian


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